sábado, 30 de maio de 2009

Tó Trips no EXPRESSO


Rui Tentúgal, Tó Trips e a tarde que lentamente desliza até ao amanhã. Aqui.

"Talvez tenha havido um tempo em que Tó Trips fechava os olhos e via os Amen Sacristi no Rock Rendez-Vous, via Thurston Moore no Campo Pequeno a apontar a T-shirt que tinha vestida e a dizer "fuckin' Lulu Blind. Right on", via os Lulu no Johnny Guitar, via os Hi-Fi Jô no Sudoeste. Esses seriam os sonhos de 30 anos agarrado a uma guitarra eléctrica, a viver o rock, a descarregar energia, a desenhar cartazes, a chamar o pessoal para os ensaios, a carregar amplificadores e a delirar com "grandes malhas".

Até que um dia, ao assobiar a melodia dos 'Verdes Anos' de Carlos Paredes, descobriu que "se o pitch for mais grave, mais lento, aquilo parece um western". Depois fechou os olhos, viu a ilha de São Tomé e lembrou-se da "Revolta na Bounty". "A ilha perdida que não vem no mapa, o lado tropical, misterioso." Em 2002 foi pela primeira vez sozinho para estúdio e gravou o seu primeiro disco a solo, "Guitars From Nothing", que assinou Dead Combo. Tó Trips passava a sonhar a noite, encontrava o contrabaixista Pedro Gonçalves, tornava-se personagem de banda desenhada, o cangalheiro de cartola numa coboiada no Bairro Alto, e a sua guitarra tentava os blues, Marc Ribot, Morricone, rumbas, jazz... Após mais três capítulos da BD nocturna Dead Combo, Tó Trips acaba de nos revelar, simultaneamente, dois instantâneos das suas viagens musicais: o crepúsculo de "Vi-os Desaparecer na Noite", uma banda sonora em guitarra eléctrica para leituras de "On The Road" de Jack Kerouac, e o entardecer de "Guitarra 66", uma viagem a solo, com guitarra clássica, por paragens como a Route 66, Espanha, Lisboa, Marraquexe, Nova Iorque, a Ilha do Fogo, o México ou Esmoriz.

O primeiro passo de Tó Trips para fora do mundo do rock aconteceu em 1996 quando fez parte da orquestra de 100 guitarras de Rhys Chatham no Coliseu de Lisboa, e ficou durante muito tempo a explorar a afinação em Lá. Depois veio o acaso. "Um dia estava na esplanada da Graça e ouvi um piano. Era o Keith Jarrett, 'The Melody At Night, With You'. Fiquei um grande fã. Comecei a ouvir música africana, Cesária Évora, Chet Baker... O problema é que quando comprava um disco, não conseguia estar sentado a ouvi-lo. Não sou um gajo de técnica. Herdei isso da cena punk. Sou mais pelo som, pelas melodias, pelas harmonias, pelos tempos." Tudo mudou com um disco de Marc Ribot ("Plays Solo Guitar Works of Frantz Casseus"). "Consegui estar no sofá a ouvir, a ver o que ele me dizia. Agora ouço bastante malta da guitarra, tanto flamenca como clássica. Gosto de analisar. Muito graças à minha mulher, que fez um mestrado em ecologia acústica. Com ela vou conhecendo pessoas que têm abordagens da música e do som completamente diferentes, e tudo isso é informação e aprendizagem."

Com as novas músicas vêm, por vezes, novos instrumentos. "Não é que os saiba tocar, é pelo som. Por exemplo, no 'Vi-os Desaparecer...' uso uma pandeireta com um espanta-espíritos contra as cordas da guitarra. Outras vezes encosto caixinhas de música à caixa da guitarra. É um bocado aquele lado fredfrithiano de experimentar coisas. Noutro dia a minha mulher mostrou-me uma coisa fabulosa: no "Elephant" do Gus Van Sant, há um aluno a andar nos corredores da escola e a banda sonora é o som de uma floresta. Resulta, cria uma tensão. Às vezes o som passa-te mais do que as notas."

É um pouco esse conceito ambiental que Tó explora em "Vi-os Desaparecer...", a gravação de 28 minutos de uma experiência que desde 2007 repete com o poeta Tiago Gomes. Trips toca enquanto Tiago lê excertos traduzidos de "On The Road". Para esta gravação convidaram Paulo Gouveia (bateria), Francesco Valente (contrabaixo), José Lencastre (saxofone), Luís Vicente (trompete) e Mafalda Nascimento (violoncelo), o que torna as composições como que uma versão rock experimental de Dead Combo. São as várias Américas de quem sempre viveu o rock, mas tem uma ideia de jazz, blues e de fronteira mexicana e consegue localizá-la nos trastes da guitarra.

Gravado em Fevereiro, oito meses depois de "Guitarra 66", retoma dois temas deste, 'Ponzo' e 'Pinacoolata' (que muda de nome para 'Montana Slim' e abranda o tempo). "Guitarra 66" tem apenas mais 10 minutos, mas é uma obra completamente diferente, acabada. Aqui não é a imaginação a deambular atrás de Kerouac, mas uma geografia íntima que se revela com uma sensibilidade comovente. Há duas coisas que definem este disco. Uma é factual, a ida para Esmoriz com a mulher e a guitarra acústica, a outra disse-a na entrevista: "Gosto que a música me faça viajar, que me passe imagens, que tenha tempo." Estão lá as viagens em família nas fotografias do Cairo, de Nova Iorque, de S. Tomé e de Marrocos, está lá a localização das músicas que o habitam, e, gravado na face do CD, o seu percurso transformado numa imaginário mapa-múndi. Mas a chave está na naturalidade com que a música se desenvolve, numa técnica que não se impõe. Logo, não é Tó Trips versão 'acústico MTV'. Também não é como se pela primeira vez a persona Tó Trips deixasse de fazer sentido. É mais simples: "Quando um gajo acredita em qualquer coisa, consegue chegar lá. Eu mudei muito, mas tenho coisas que vêm de trás. Se fazes uma música ela deve ter a ver com o teu dia-a-dia. Que não destoe. Que tocar guitarra seja como tomar o pequeno-almoço. Isto é o que toco em casa. Toco todos os dias e gravo todos os dias. Tenho mais coisas, mas completamente diferentes. Noise, minimal, ambiente."

À naturalidade da música juntou-se o tema das viagens. "Desde miúdo gosto de olhar para a linha do horizonte. Às vezes, quando estou mal, penso que há sempre um sítio para onde ir. Um bocado de esperança. E os sítios têm a ver com isso. Marrocos, tão perto de nós, tem aquelas grandes paisagens, aquele lado exótico, tem uma mãe no chat com o filho que está em França e o contador de histórias que vem do deserto com as serpentes. Apanhei aqui um bocado disso tudo."

E, para compor a singularidade do disco, uma comovente partilha com Raquel Castro. "É dedicado à minha mulher. É uma coisa nobre. Sou um gajo romântico."

Tó trabalhou 11 anos em publicidade. Despediu-se para viver da guitarra e de trabalhos gráficos relacionados com a música. Está feliz. "Penso na eternidade. O que um gajo deixa aqui não são anúncios de publicidade. Os meus discos, a minha filha que tem 8 anos. Gostava de deixar algumas coisas cá quando fosse embora."'

sexta-feira, 29 de maio de 2009

Tó Trips no BODYSPACE

Escreve Nuno Leal:
"[...] Alguém que escolhe um pseudónimo como Tó Trips tem necessariamente a ver com viajar e tem-lo feito desde há muito tempo. De inúmeras maneiras. Numa amplitude de destinos de meter inveja a muito piloto de avião “globe trekker”. Em diversas companhias que nos fizeram viajar também. “Atenção a todos os passageiros vai partir dentro de momentos o voo nº 2 da Air Lulu Blind…” Pois. E antes disso Amen Sacristi, Santa Maria Gasolina em Teu Ventre. Agora nos Dead Combo. Uma diversidade de meter inveja também a muito músico.

Hoje. Tó Trips, de 43 anos, nascido em 1966, ano preciso do primeiro tema deste seu Guitarra 66, decidiu lançar-se às feras espirituais da sua própria existência com um disco extremamente pessoal mas mesmo assim, transmissível. Um disco de amor, dedicado a Raquel Castro “(…) a minha querida mulher.” Um disco lá está, de amor e viagens, entre Lisboa, Esmoriz, Espanha, Marrakesh. Entre algures e nenhures, mas certamente no coração.

Para sempre. Doze temas que evocam o interior acústico do músico munido de guitarra clássica, por vezes de alguma percussão, sempre no equilíbrio da balança entre paisagens áridas percorridas por uma espécie de John Fahey com o coração cheio de amor e o peso das memórias do nosso grande Carlos Paredes com um coração sempre cheio de dor. Um disco de alma lusitana no sentido luso-qualquer coisa da palavra. Ou seja, luso-americano, luso-marroquino, luso-hispânico, luso-marciano, luso-Trips."

Tó Trips no COTONETE


Escreve Gonçalo Palma: "Tó Trips nasceu para o algarismo 6. Nasceu em '66. Cresceu a dedilhar 6 cordas. E no seu imaginário de viajante, globaliza a Estrada 66 para lá da América, nalgum asfalto português que passe por Esmoriz, nalgum caminho norte-africano que consiga ligar Marrocos ao Egipto.

"Guitarra 66" é uma viagem de Trips para fora, muito para dentro dele mesmo. A partir do estrangeiro, entramos no íntimo do guitarrista como nunca estivemos antes. E nele vemos logo, na capa, a sua mulher Raquel Castro (a quem é dedicado o disco) numa janela com vista para o Cairo.

A capacidade de metamorfose de Tó Trips começa a ser, aliás, admirável. Nunca se imaginou que aquele frontman dos Lulu Blind que nos tinha habituado a um rock garageiro de garras indie rock americanas dentro dos códigos dos Sonic Youth e dos Mudhoney (e no final, dos Smashing Pumpkins) se pudesse converter tão subitamente num não-vocalista e num co-autor de um projecto cinematográfico capaz de citar Carlos Paredes e Ry Cooder, Lisboa e Buenos Aires, Tom Waits e Marc Ribot, através da dupla Dead Combo. Agora, de repente, troca a guitarra eléctrica pela acústica e descobre-se nele um afilhado da folk virtuosa de John Fahey e de Robbie Basho.

"Guitarra 66" é uma espécie de um diário de viagem de Tó Trips, graficamente musicado, que nos revela um homem melancólico, mais desapressado e poético, e desligado do frenesim eléctrico. Claro que o ouvinte também viaja. E imagina-se ele mesmo a fazer a viagem do viajado.

Toma-se uma 'Pinacoolata' nalgum pátio andaluz com boa sombra. Observa-se o formigueiro humano de Nova Iorque (Traffic #1). Olhamos depois, pela janela, para a vista molhada de uma Lisboa antiga debaixo de chuva. E tomamos chá na casa de algum marroquino generoso. Tó Trips leva-nos lá. Do fantasma de Carlos Paredes à raça cigana do flamenco, e com o anel do músico, volta e meia, a percutir no tampo da guitarra (um som de marca de Trips).

"Guitarra 66" é um álbum de temperaturas quentes tocado a preto e branco. Moreno, mediterrâneo, contemplativo. Tó Trips nunca expôs tanto a sua alma. E o que está lá dentro é um mundo."

Tó Trips no ÍPSILON (II)

Crítica a "Guitarra 66" por Vítor Belanciano aqui.
"É bonito, não o bonito que o cinismo contemporâneo se habitou a desvalorizar, bonito mesmo. "Guitarra 66", primeiro álbum a solo de Tó Trips, nos últimos anos conectado com os Dead Combo, é isso: simples, despojado, parecendo saído do nada. Há discos assim, como se a sua função fosse estar a um canto, murmurando, mas prontos a conduzir-nos à intimidade, partilhando um lamento, um momento de felicidade, um soslaio de nostalgia, uma viagem, Espanha, Marrocos, EUA, desertos, mares, céus, chuva, Portugal, sempre Portugal. Mas um Portugal que não tem necessidade de se exibir para o ser. É-o simplesmente.

São temas instrumentais para guitarra clássica, mareando intuitiva e serpenteante, que a cada nova audição se transformam num momento de descoberta da realidade. De Tó Trips. Da nossa. Das pessoas de todo o mundo, porque as suas emoções são iguais em todas as latitudes. É também o disco que aproxima mais o músico do silêncio e da tradução da existência através de uma forma poética. No seu caso não são precisos grandes artifícios. Basta uma guitarra, algumas ideias, uma respiração introspectiva, deixar fluir o tempo, um imaginário para partilhar, contemplar o mundo, o exterior e o interior, sem a ânsia de descobrir um propósito final nesse seu gesto errante."

Tó Trips no ÍPSILON (I)

Entrevista de Vítor Belanciano. Aqui.

"Em "Guitarra 66" Tó Trips, dos Dead Combo, parte à descoberta do Mediterrâneo, do Atlântico, de Portugal, de uma mulher. E encontra-se consigo próprio.

É mediterrânico, ibérico, com vista para o Atlântico, cruzando viagens pelo deserto africano, evocando bairros latinos nos Estados Unidos. Mas "Guitarra 66" é essencialmente Tó Trips e a sua guitarra, ondulando por emoções dedicadas a uma mulher, Raquel Castro. É o seu primeiro álbum a solo e, na forma despretensiosa como se insinua, revela-se objecto surpreendente.

Algumas das sombras que expõe já se descobriam noutros projectos pelo qual dá a cara, nomeadamente os Dead Combo e, mais recentemente, numa aventura com Tiago Gomes à volta de textos de Jack Kerouac. Mas ainda assim é outra coisa, temas instrumentais poéticos mas escorreitos, enxutos, mostrando alguém que passou por colectivos rock eléctricos (dos Santa Maria Gasolina em Teu Ventre aos Lulu Blind) mas que se descobre por inteiro nos acordes de uma simples guitarra acústica.

No contexto dos seus projectos qual o lugar deste álbum?
Nunca me passou pela cabeça lançar discos em nome próprio. Sempre gostei de bandas, de tocar em grupo. Mas como gravo quase todos os dias, tinha necessidade de por cá fora estas coisas.

Os temas foram registados ao longo dos últimos anos?
Sim, embora estivessem inacabados. Ao longo do tempo houve um processo de descoberta de cada um deles, em que fui acrescentando sempre coisas. A selecção natural acabou por surgir no interior desse processo de revelação. Depois, durante uma semana, em Esmoriz, terminei os que estavam inacabados.

Nos Dead Combo, ou no projecto com Tiago Gomes à volta de textos do Jack Kerouac, está sempre implícita a ideia de viagem. Neste também. Mas é uma jornada introspectiva.
Sim, é um disco muito mais pessoal. Desde puto que gosto da linha do horizonte. Olhar, ver, pesquisar. Gosto de planos abertos, de paisagens a perder de vista. Há dois anos fui pela primeira vez a Marrocos e confrontei-me com isso. O Alentejo puxa também por essa dimensão. É uma região que aprecio muito. Adoro também o mar. Quando estava lixado com a vida ia à praia apenas para olhar a linha do horizonte. Como se fosse uma linha de esperança. Depois daquela linha sabemos que estão outras gentes e essa ideia tem qualquer coisa de reconfortante. A praia é dos pouco sítios onde consigo estar sem fazer nada. Passo horas a olhar para o mar sem fazer nada. Só, ali. Equilibra-me, talvez.

O céu tem também essa dimensão de infinitude.
Sim. Adoro ver os aviões a fazer riscas no céu. Às vezes pergunto-me: "Aaquele pessoal irá para onde?"... [risos]. Existe um lado romântico nisto, claro. Há um filme que já vi para aí vinte e tal vezes, "A Revolta na Bounty", que tem esse lado idealizado, presente na relação com o mar, na relação entre as personagens.

Este é um disco que viaja por várias latitudes - África, Espanha, EUA - mas ao mesmo tempo parece não sair daqui.
Gosto de me sentir português. Temos coisas tão porreiras. No mundo globalizado, é bom sentir que podemos transportar qualquer coisa de nosso. Mas também me revejo em Espanha, no flamenco, naquele lado cigano. Hoje em dia irrita-me um pouco a cena do fado. Todos os dias nascem fadistas. Parece que só há aquilo para expressar. No outro dia vi uma espanhola a cantar fado em castelhano e aquilo soou-me bem. Pensei: "Porque não?"

O flamenco é, aparentemente, mais físico que o fado.
Tenho apetite por essa dimensão física. Pode ser apenas um tipo a tocar piano, mas gosto de perceber essa extensão nele.

Tem alguma nostalgia dos concertos rock?
Tenho. É outro tipo de abordagem. É uma coisa mais virada para fora, para o exterior. Tem qualquer coisa de explosão, de purificador. Até aos Dead Combo a música para mim era descarga, energia. Isso mudou. Este disco é uma coisa contida.

Na banda rock há também o lado do grupo, da camaradagem. É um bando. Este é um disco solitário.
Tem piada porque, no passado, expressava-me no plural quando queria falar de mim. Utilizava a expressão "a malta" ou "o pessoal" quando, no fundo, queria dizer "eu". O rock tem muito isso, o grupo, a malta. Mesmo a falar com pessoas com quem vivi utilizava a expressão "a malta" para falar de mim. Às vezes perguntavam-me: mas quem é "a malta"? Respondia: "Sou eu."

O estar em grupo dava-lhe uma sensação de segurança?
Sim. A partilha da responsabilidade. Mesmo nas fotos de grupo já sabia como me posicionar, qual a postura a adoptar. Como se soubesse que imagem projectar. Acontece isso com os Dead Combo também. Só é diferente. Estou mais desprotegido.

Podia ter criado uma personagem para este disco.
Não. Foi a primeira vez que utilizei fotos naturalistas, normalmente tenho sempre a tentação de mexer nas imagens.

Mas nesse movimento solitário, pressente-se que este é também um disco que evidencia alguém que se reencontrou consigo próprio. Vamos arriscar: alguém mais feliz.
É verdade... [risos]. Sou um gajo feliz.

É também o disco para a sua mulher.
Sim. Tenho a certeza que a encontrei. Essa mulher.

Este disco é também muito ela?
É. Aprendo muito com ela. É alguém que também gosta muito de viajar e, a nível musical, possui uma grande curiosidade - muito mais até do que eu - em procurar coisas novas. Com ela descobri música a que antes não ligava nenhuma e aprendi a ligar mais aos aspectos puramente sonoros também.

Como é que viajam? Com tudo preparado previamente?
Não. Marcamos um sítio, mas não temos uma agenda para cumprir. Depende muito. Recordo-me de uma viagem ao País Basco em que arrancámos sem nada arranjado.

A fotografia da capa do disco foi tirada onde?
No Cairo. É uma pensão, com terraço. É de um egípcio casado com uma francesa. Dentro do CD estão fotos de S. Tomé, Nova Iorque, Marrocos. É o nosso imaginário romantizado. Conhecemo-nos em Lisboa, mas pouco tempo depois fomos a S. Tomé e Nova Iorque e deu para perceber que nos entendíamos. Acabamos por nos descobrir também em viagem.

Em alguns temas pressente-se a influência, mais subliminar do que real, de Carlos Paredes que é alguém que, para além de Ricardo Rocha ou de Norberto Lobo, não criou descendência. Como é sua relação com a música dele?
Sempre gostei do Carlos Paredes. Tem um tempo a tocar muito próprio, de tal forma que era preciso alguém especial para o acompanhar. O som dele passa muito pelo espaço. Ouve-se o mar nele. Há um tema neste disco, "Esmoriz", onde gostava que se ouvisse também o mar. Gosto dos temas que têm essa capacidade de sugestionar. De criar ambiente. De propor imagens, talvez.

O título do disco evoca a ideia de viagem, mas é uma remissão também ao ano em que nasceu. Por alguma razão?
Não. É uma mistura de "Route 66" com o meu ano de nascimento. Gosto da malta que nasceu nesse ano... [risos]. O [actor] Miguel Borges ou a [coreógrafa] Vera Mantero, amigos, são também de 66. Não sou de signos, mas gosto dessas imagens.

No seu passado rock identificavam-no com o punk. Se o punk é a exposição sem simulacros, independentemente do apuro técnico, este é provavelmente o seu álbum mais punk.
Hoje ligo muito mais à técnica, mas é verdade que na música sempre me interessou mais a atitude e a personalidade. Se herdei alguma coisa do punk, foi essa vontade de ir para a frente com as coisas, independentemente de ser ou não um dotado. Ter consciência dos seus limites e passar alguma coisa às pessoas pode ser um objectivo muito saudável. Este disco foi também um bocado purga, porque sempre fiz as coisas em colectivo.

Há umas semanas, num debate, afirmou que nunca havia ganho dinheiro com a música, é mesmo verdade?
Exagerei um pouco, claro. Ganho, mas não é significativo. Não consigo viver só disso. Mas gosto de estar relacionado com a música de todas as formas. De fazer posters. De trabalhar imagens para outros músicos. Gosto tanto de ir a concertos como de tocar.

Já percebeu porque é que faz música?
Faz-me muito bem à saúde! É inteiramente verdade."

quarta-feira, 27 de maio de 2009

Tortoise 'Prepare Your Coffin' MP3

MP3

os Golpes na TIME OUT

Os Golpes no JORNAL DE LETRAS

Com direito a gralha e tudo.

Extra Golden no JURAMENTO SEM BANDEIRA

Vítor Junqueira fala em nome de uma geração. Que é sempre a da última esperança.

quinta-feira, 21 de maio de 2009

Tortoise 'Prepare Your Coffin' VIDEO

Os Golpes no SOUND+VISION

Escreve Nuno Galopim: "Há já alguns meses que, por estas terras, não se fala de outra estreia: a d’Os Golpes. E com razão. Não apenas porque há muito que não víamos uma banda pop portuguesa a definir, com eficaz sentido de estratégia, o caminho para a entrada em cena de um primeiro álbum. Mas também porque, agora finalmente revelado, o álbum em tudo responde às expectativas que pelo caminho foram lançadas". Aqui.

quarta-feira, 20 de maio de 2009

Os Golpes no DIÁRIO DE NOTÍCIAS


Os Golpes em entrevista aqui. Escreve Luís Filipe Rodrigues: "Olhando para a capa é difícil não pensar no primeiro álbum dos Heróis do Mar, onde se via também a Cruz de Cristo. E, tal como ocorreu aos autores de Paixão, também foram acusados de nacionalismo. "Isso não faz sentido", diz Fúria, taxativo. "Estas coisas têm que ser colocadas num certo contexto. Não há aqui qualquer programa político. Isto é só música pop, é o que nós fazemos, e não faz parte de um plano organizado para ocupar o governo e mudar o país", ironiza".

segunda-feira, 18 de maio de 2009

"Guitarra 66", tema a tema, nas palavras de Tó Trips

Na apresentação de Tó, desvenda-se biografia, cronologia e geografia:
“‘Guitarra 66’ parte da minha data de nascimento e cruza-a simbolicamente com a Route 66 – tem essa ambiência de estrada, embora seja calma e exótica. É um pequeno exercício de nostalgia.

Pinacoolata’ é, estilisticamente, mais comunicativa. É uma variação sobre um tema latino-americano e vejo-a muito nas ruas, numa presença quase rufia e desafiante. Mas se a linha de baixo se mantém aí, o resto começa a ficar mais denso e nublado, um pouco como revisitar um passado longínquo.

Traffic’ tem um tema mais abstracto e é de difícil execução técnica. Há muito movimento, muitas variações de tempo, pausas inesperadas e, subitamente, o aproximar de uma melodia muito dolente, meio praeira. Mas tudo se mexe num remoinho que tanto nos coloca no ponto de partida quanto nos distancia do conhecido.

Spanish Letters’ canta as saudades de Espanha. Gosto de ter Espanha aqui ao lado. Partir estrada fora, com o calor, subir até Barcelona e descer pela costa. Sempre achei lindíssimo aquele som de guitarras românticas no flamenco. É algo possível apenas num país de uma certa dimensão. Parto e regresso a elementos associados à técnica do flamenco, mas é um tema mais de pátio, de sombra no pico do calor, quase classicista numa certa ideia de tradição mediterrânica, dos madrigais – mas são apenas impressões disso.

Rua da Inquietude’ é um tema que tinha há muitos anos. Imaginava sempre qualquer coisa de filme mudo por entre eléctricos de Lisboa ou algo do género. É uma espécie de pequeníssima viagem na minha terra. No disco, possui quase uma lógica de interlúdio.

I Love You Air’ é a balada. O título tem um trocadilho, porque primeiro pensava na forma em como gosto de adormecer a minha filha fazendo-lhe festas no cabelo (hair, em inglês), mas a passagem do gesto para o som da guitarra é muito etérea – assim, usei a palavra para “ar”.

The Road to Aït Benhaddou’ evoca uma estrada lindíssima que parte em Marraquexe e atravessa o Atlas. Foi uma viagem incrível e quero voltar a fazê-la. São grandes paisagens, aqui tão perto de nós. No disco é o primeiro tema em que aparece percussão. Inclui espanta-espíritos, chocalhos, vasos, madeiras, mas sempre a reforçar um ambiente algo misterioso. Os acordes também vão surgindo no tema como os quilómetros na estrada, com variações mínimas e quase abertos até ao infinito.

Old Times on the Balcon Jack’ relembra-me acordar em Nova Iorque com uma longa manhã pela frente. Encontro-lhe ecos de um certo período, do Marlon Brando no ‘Há Lodo No Cais’, por exemplo, de se fazer a barba em camisa interior de alças. O tema não acaba, suspende-se.

Em ‘The Wind Blows’ encontro memórias de planícies varridas pelo vento, de paisagens desfocadas. É muito solitário. Cheira um pouco a terra. E está ali, a certa altura, entre blues e country.

Ponzo’ tem o som da chuva. É rural, de uma aldeia perdida. A melodia está entre a Ilha do Fogo e o México, entre a morna e os mariachi, mas num dia de chuvada, com lama por todo o lado.

Esmoriz’ – foi onde gravei o disco, com o mar do norte a bater com força nos pontões ao longe. É um tema muito português.

A fechar está ‘Electric Marrakesh’ – é muito aberto, novamente com uma percussão muito livre e solta. Há melodias que se impõem, mas a estrutura não as prende – como na cidade, em que se mistura o medieval, o religioso, o pagão, o mundo árabe, tudo numa praça. É um tema do observador descomprometido que acaba por respirar por inteiro o ar de um sítio diferente”.

Tó Trips "Guitarra 66"

Nova edição Mbari já à venda. Eis a apresentação:

Poderá não ser à primeira vista evidente, mas “Guitarra 66” é tanto um disco sobre o Mundo quanto sobre Portugal. Porque à ideia de reunir impressões de viagens e ecos de terras distantes se impôs também a voz do coração – enfim, nada de novo para o viajante que reconhece ser no fim do caminho que se encontra a si próprio. Mas longe de se revelar uma crónica, o álbum é antes o generoso depoimento de quem sabe ainda que, por vezes, nos basta o vento que sopra na copa das árvores. Nessa perspectiva, revalida a dimensão poética de um gesto que é sempre exigente e nem sempre fácil: o de olhar o Mundo sem ter obrigatoriamente de lhe encontrar um sentido. E para isso bastará a inesgotável sede de descoberta de quem insiste em fitar a linha do horizonte. De outra coisa não falará quem por tantas vezes se soube reinventar e, mais precisamente, sobreviver.

A reflexão conduz-nos à temática – essa sim uma evidência, logo a começar no título – que funciona como fio condutor desta acção a solo: isto é, o primeiro disco em nome próprio de Tó Trips é sobre o Tempo. E, como não poderia deixar de ser, sobre a perspectiva pessoal de quem sabe que a aventura arranca mal se respira pela primeira vez. Tó nasceu em ‘66, a 23 de Janeiro. Tem 43 anos. E acaba de produzir um belo e directo testemunho sobre tudo o que isso significa.

Naquilo que se chamava Música Moderna Portuguesa, o impacto da primeira banda de Tó Trips – os Amen Sacristi – foi conjuntural. Frequentadores dos concursos do Rock Rendez-Vous lembrar-se-ão deles. E coleccionadores de rock português poderão ter alguma das K7s ou compilações nas quais entre ‘86 e ‘89 figuraram. Tó recorda-os como influenciados pelos Chameleons. A referência, no seu percurso, surge associada aos nomes de Big Black (de Steve Albini), Glenn Branca e, naturalmente, Sonic Youth. Ao fechar a década foi convidado por Jorge Ferraz para ingressar nos Santa Maria Gasolina em Teu Ventre, com os quais gravou um EP. Se o combustível desses terminou, Tó não dava sinal de abrandar, fundando os Lulu Blind. O arranque é apoteótico, culminando em ‘93 na histórica primeira parte do concerto dos Sonic Youth no Campo Pequeno e, pouco depois, na abertura para os Manic Street Preachers no Pavilhão Carlos Lopes. Em ‘94 editam “Dread”. Mas em Portugal, ao contrário do que se passou um pouco por todo o mundo, o underground não se tornou no mainstream. E como a de tantas bandas do período (que na altura enchiam o Johnny Guitar), a história dos Lulu Blind acaba por reflectir também o contínuo desagregar do interesse do público “alternativo” pela música portuguesa ao longo da década de noventa. Não seria de estranhar que se impusesse uma mudança de ares capaz de corresponder a novas vivências. E o aparecimento do projecto de Tó com Pedro V. Gonçalves – os Dead Combo – não tentará satisfazer outra ambição. Fiel ao tempo que o viu nascer, a dispersão estilística concentrou público. E tudo o que aconteceu nos últimos cinco anos poderá ter contribuído para que Tó, de uma só vez, pensasse em escancarar as portas que permaneciam fechadas.

Guitarra 66” não terá precedentes na música em Portugal – nem poderia ter, nem isso é importante. E pode ser que a maior ligação à sua história seja a de contar com um engenheiro de som tão importante quanto Tó Pinheiro da Silva. Aqui trata-se de criar um novo mundo mais silencioso a partir de fragmentos melódicos derivados de uma estética de ruído, na qual Tó sempre se movimentou. E num momento específico em que a música portuguesa se torna mais intensa e vibrante. Só que neste caso materializa-se também algo que se impôs, ao fim de mais de duas décadas, como uma necessidade artística: reflectir um olhar individual. Tó resume de forma muito pragmática o ponto de chegada: “um disco romântico, mediterrânico e com raízes portuguesas. Um disco ibérico e virado para o Atlântico. Cruza viagens pelo deserto africano, evoca bairros latinos nos Estados Unidos, imagina mares do sul”.

Na capa está a sua mulher, Raquel Castro, numa janela debruçada sobre o Cairo – é ela que se vê mal se abre o disco, por entre as palmeiras de São Tomé e Príncipe, e é então que se percebe que a si são dedicadas estas canções. Do nascimento à vida em casal, “Guitarra 66” evoca ciclos. E é, paralelamente, uma profunda reflexão sobre as liberdades e responsabilidades criativas do artista numa cultura que de tanto valorizar a diferença começa a ser incapaz de distinguir seja o que for. Isto é, Tó nunca se esgotará numa fórmula de sucesso.

Guitarra 66” tem uma relação ambígua com a tradição. Não seria num disco de guitarra clássica a solo que Tó se deixaria toldar pela admiração por Carlos Paredes, já assimilada aliás nos Dead Combo. E embora viva de “influências” insiste antes em despistá-las. A sua técnica é digressiva e elíptica. Veloz como poucos na apresentação básica de melodias, prefere deixar-se guiar pela intuição do que as conduzir a porto seguro – é como o caminhante que anseia chegar a caminhos que se bifurcam. A metáfora da viagem ganha tradução directa em muitos temas. Também neles, nem sempre se vai de A a Z numa linha recta. Mas falávamos em tradição, porque convirá relembrar que nada de tão ficcionado como isto poderá ser tradicional. Cada tema revela-se uma construção. Se a atitude de Howe Gelb “inspirou” os Dead Combo, a de Marc Ribot (no seu LP acústico de ’93 “Solo Guitar Works of Frantz Casseus”, por exemplo) desde logo “influenciou” Tó Trips. Mas nada disso, depois, transparece na música. Porque ninguém em lugar algum – e este é o seu maior triunfo num contexto de tão extenso repertório – poderia ter produzir um disco assim.

Joyce, Nana Vasconcelos e Mauricio Maestro

Paul Bley na TIME OUT

sexta-feira, 15 de maio de 2009

quinta-feira, 14 de maio de 2009

B Fachada no SOUND+VISION

Escreve Nuno Galopim: "Contam-se histórias do quotidiano, escuta-se o presente, fala-se de gentes e vivências que correm ao nosso redor. Cruza-se a herança do perfil do cantautor com uma curiosidade sobre outros horizontes assimilando, sob marcas de personalidade, ecos do jazz à folk, de raízes rurais antigas ao universo da música eléctrica. Bem humorado e até auto-crítico, B Fachada regista no seu álbum de estreia um retrato seguro de uma identidade autoral em construção, todavia já demarcada. Um Fim-de-Semana no Pónei Dourado é já um dos episódios a fixar no 2009 musical português". Crítica completa aqui.

B Fachada no BLOGUE DE LETRAS

Ele chama-se B.

B Fachada no CORREIO DA MANHÃ

"Numa versão mais pop", confirma o Correio da Manhã.

Os Golpes no CORREIO DA MANHÃ

Luís Figueiredo Silva anuncia: "Disco de estreia de uma banda que tenta recuperar o frenesim do rock português de há 25 anos - há referências óbvias a Heróis do Mar (até a cruz vermelha...) e Sétima Legião -, mas que não se fica por aí e desbrava terreno à força de guitarra". No Correio da Manhã.

Os Golpes na TROMPA

Está aqui.

quarta-feira, 13 de maio de 2009

Joyce "Visions of Dawn" no EXPRESSO

B Fachada na FNAC COLOMBO

É este Domingo, pelas 17h00.

terça-feira, 12 de maio de 2009

Mountains "Choral" no BODYSPACE

A feliz fórmula de Miguel Arsénio: "disco incompatível com catalogações" + "disco caído de parte incerta que, na posição de maravilhoso catalisador, provoca uma atracção difícil de se explicar em duas palavras" + "nada adianta sobre 50 minutos de música inexplicavelmente balsâmica" + "faltam as palavras exactas para descrever Choral" = Muita fruta.

segunda-feira, 11 de maio de 2009

Os Golpes no DIÁRIO DIGITAL

As palavras medem-se assim: "um disco que é o retrato instantâneo de um tempo", "tão importante para Portugal como foi a estreia dos Vampire Weekend no ano passado para a cultura pop global". Ler tudo aqui.

sexta-feira, 8 de maio de 2009

Thalia Zedek no BODYSPACE

Começa bem: "Disco assombrado e vincadamente político, que devolve Thalia Zedek - sem filtros – aos que não passam sem o registo áspero da anti-diva. Com mais vontade do que novidade, Liars and Prayers não destoa do que se pudesse esperar de Thalia Zedek, numa altura que obrigava ao espairecimento dos esqueletos mantidos no armário durante o penoso mandato de Bush. Alinhadas numa marcha de transição, eis que as canções anunciam fins (“Circa the end”) e renovações, o frio de Invernos sabáticos e sopros mais amenos (“Wind”), a mentira republicana e um gospel que apela por Obama". E depois (disco e crítica) termina nesta doença ocidental de quem precisa de soluções. Aqui.

Os Golpes no PÚBLICO II

"Os Golpes podem querer fazer de "Cruz Vermelha Sobre Fundo Branco" um manifesto tremendamente ambicioso - basicamente, uma refundação da pop portuguesa em português -, mas sabem que ele seria palavra vazia sem esta capacidade de fazer música que é festa popular e história "indie", que é um baile pop, tremendamente lúdico, reclamando o presente. São as canções, agora, já". Está tudo aqui.

Os Golpes no PÚBLICO

É ler aqui a entrevista de Mário Lopes.

Os Golpes "Cruz Vermelha Sobre Fundo Branco"

quarta-feira, 6 de maio de 2009

B Fachada na RADIO ZERO

Em "cotação alta" no PIB da Rádio Zero.

B Fachada n'A TROMPA

"A viver momentos de prodigiosa criatividade, Bernardo, Fachada de apelido, vai diversificando na oferta. Deixa pairar alguma inquietação; mantém o suspense e surpreende. Com qualidade". O resto aqui.

terça-feira, 5 de maio de 2009

Extra Golden no BODYSPACE

Conclui Nuno Leal: "Celebrações de amor ao continente dos baobabs, guitarras dedilhadas com o coração até à exaustão sobre camas de percussão que salta de horizonte em horizonte em pózinhos de orgão psicadélico como jindungo. Um admirável United Colors of Music, afro-pós-rock essencial". Está tudo aqui.

B Fachada no EXPRESSO

As Mil e Uma Noites de B Fachada.

B Fachada na DIF

Na DIF de Maio, pelos locais habituais a partir de meados da próxima semana, aconselham-se concertos de B Fachada. Pedro Figueiredo escreve: "'Literato até quando cospe', diz Samuel Úria, parceiro de B Fachada na editora Flor Caveira, sobre o autor de "Um Fim-de-Semana no Pónei Dourado", álbum editado recentemente e sucessor do EP "Viola Braguesa". B não é só Fachada, como indica erradamente o nome: Bernardo, o homem por detrás do músico, é um criador de canções atípico, que cruza linguagens e ensinamentos de rua ao mesmo tempo que repesca cancioneiro típico português. Com sucesso, registe-se. (...) O Verão está aí, e com ele "Um Fim-de-Semana no Pónei Dourado", primeiro longa-duração de B Fachada e rodela perfeita para finais de tarde que se querem à beira-mar. De noite, é ir a um dos seus espectáculos'. Para se saber por onde anda, convirá visitar frequentemente o seu MySpace.

Tortoise 'Prepare Your Coffin'

mp3

sexta-feira, 1 de maio de 2009

B Fachada no DISCO DIGITAL


De "brilhante" até ao reconhecimento de "um grande disco de fim de Verão", é só ler Davide Pinheiro aqui.