Sintonizadamente acústico conforme pressagiado no EP ‘Viola Braguesa’ nuns, electrificadamente circuitado noutros, B deixa Cole Porter no coldre e, despudoradamente, aproxima-se em 11 canções de uma linhagem qualquer-coisa-cantautora com menos bolor do que por vezes se imagina. Aproveitando os restos faz um bolo-rei e, ao menos isso, descobre-lhes passas e brindes em partes iguais. Antecipa o enredo carnavalesco e não receia o estupro, porque dele é padroeiro Frank Zappa, desconstrutor civilizado. Donde se apreende que por linhas tortas continua a escrever direito. Isto não é ortodoxia cristã. FlorCaveira não-FlorCaveira.
Olhemos para a(s) capa(s) e reconduza-se a mulher a musa. Por agora, Fachada encontrou-a repousando entre flores – ele, não sabemos onde está, provavelmente a ver o filme do Tiago Pereira. Este fim-de-semana, conta-nos, foi imaginado/recordado entre/para mulheres, e, num ideário romântico cada vez mais longe da terra, definido entre lençóis e sombras de árvores. O Verão – devia-se dizer-se a Verão – é a manta em que repousamos: ao fundo o mar, sol, falésias, pinheiros, rebuliço de aldeia, vindima, levante. O ciclo – havendo um – terá a ver com isso: com uma ideia local de grande feriado, de vida livre, logo temperada por um nublado regresso a casa. Manchas nas calças laranja. O que acontece em Setembro fica em Setembro. Redenção nas segundas vozes (Márcia).
Samuel Úria ipse dixit:
“Princesa pop, palhaço pirómano, petrarquista pirata, perfeccionista patife, porfiado e prolixo poeta - tudo adjectivos começadas por “b”.
B Fachada é um multi-instrumentista virtuoso: do piano à guitarra, passando pela viola braguesa e pelo trompete vocal. Do soneto maldito ao cianeto alexandrino, passando pela grandiloquência transmontana e pela rusticidade jazzística de um scat: é multi-instrumentista virtuoso este B Fachada.
Certificadamente hiperactivo no que toca à produção, Fachada não só tem em mente fazer vários discos por ano como tem, na sua discografia, as provas de que é capaz. O seu primeiro trabalho pela FlorCaveira, o EP “Viola Braguesa”, é uma pequena colectânea de maravilhas que deixou a crítica a salivar pela primeira consoante do alfabeto. Segue-se o “Fim-de-Semana no Pónei Dourado”, um longa-duração, uma Magnum Opus; um disco simultaneamente terno e maldito, afago e soco, Dulcineia e Lorena Bobbit .
Literato até quando cospe, o cascalense Fachada faz canções para todos os desgostos, humor ponta-e-mola para todos os buchos. Que seja este pónei dourado a, finalmente, limpar a Baía de Cascais das suas carcaças de golfinho.
A sorte sorri aos audazes, a perfeição sorri aos certificadamente hiperactivos."
Ouvir aqui.
B Fachada é um multi-instrumentista virtuoso: do piano à guitarra, passando pela viola braguesa e pelo trompete vocal. Do soneto maldito ao cianeto alexandrino, passando pela grandiloquência transmontana e pela rusticidade jazzística de um scat: é multi-instrumentista virtuoso este B Fachada.
Certificadamente hiperactivo no que toca à produção, Fachada não só tem em mente fazer vários discos por ano como tem, na sua discografia, as provas de que é capaz. O seu primeiro trabalho pela FlorCaveira, o EP “Viola Braguesa”, é uma pequena colectânea de maravilhas que deixou a crítica a salivar pela primeira consoante do alfabeto. Segue-se o “Fim-de-Semana no Pónei Dourado”, um longa-duração, uma Magnum Opus; um disco simultaneamente terno e maldito, afago e soco, Dulcineia e Lorena Bobbit .
Literato até quando cospe, o cascalense Fachada faz canções para todos os desgostos, humor ponta-e-mola para todos os buchos. Que seja este pónei dourado a, finalmente, limpar a Baía de Cascais das suas carcaças de golfinho.
A sorte sorri aos audazes, a perfeição sorri aos certificadamente hiperactivos."
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