quarta-feira, 31 de dezembro de 2008

Melhores do Ano (O SÍTIO DO JAZZ)

No seu Top25 internacional, Manuel Jorge Veloso inclui, aqui da casa, Bill Stewart, Jason Palmer, Loren Stillman, Marc Copland e Nuttree Quartet. Integral da lista aqui. O seu Top12 nacional inclui o novíssimo disco de João Lencastre (B-Sides), a chegar às lojas até final de Janeiro. Já agora, a lista aqui.

Melhores do Ano (SOUND + VISION)

Nuno Galopim coloca Guillul e Marsiano como autores dos sétimo e oitavo melhores álbuns do ano editados entre nós. A lista completa está aqui.

sábado, 27 de dezembro de 2008

Melhores do Ano (EXPRESSO)

Portugueses (escolha colectiva):
Tiago Guillul "IV" (FlorCaveira)

Reedições (escolha colectiva):
Bill Fay "Bill Fay" (Esoteric)
Gruppo D'Improvvisazione «Nuova Consonanza» "S/T" (Bella Casa)
Laura Nyro "More Than a New Discovery" (Rev-Ola)
Marianne Faithfull "Come My Way" (Rev-Ola)

Raul Vaz Bernardo:
Nuttree Quartet "Standards" (Kind of Blue)

João Lisboa:
High Places "S/T" (Thrill Jockey)

Jorge Lima Alves:
Diego El Cigala "Dos Lágrimas" (Cigala Music)

Rui Tentúgal:
Boredoms "Super Roots #9" (Thrill Jockey)
Human Bell "S/T" (Thrill Jockey)

sexta-feira, 26 de dezembro de 2008

Melhores do Ano (BODYSPACE)

Na lista "Portugueses", dois discos aqui da casa, de Guillul e Marsiano. Vejam a lista aqui.

Melhores do Ano (IPSILON)


"Bill Dixon with the Exploding Star Orchestra", 3º álbum de Jazz do ano. Porque Rob Mazurek não toca apenas com Marcelo Camelo.

Melhores do Ano (IPSILON)


"High Places", 4º álbum do ano.

Melhores do Ano (IPSILON)


"IV" de Tiago Guillul foi o VI álbum do ano.

segunda-feira, 22 de dezembro de 2008

Loren Stillman no Expresso

Disco do saxofonista alto na Pirouet. Escreve Raul Vaz Bernardo: "Capacidade de recorrer a passagens de grande profundidade harmónica conciliadas com uma expressão rítmica subentendida mas rica".

Ruben Alves n'A Trompa


Mesmo a tempo das últimas compras de Natal, Rui Dinis escreve sobre o CD com a referência Mbari01 - um disco tão imediato que acabou por trocar as voltas a todos os que precisavam de mais tempo para o compreender. "Um disco exemplar em piano solo". Mais.

quinta-feira, 18 de dezembro de 2008

Discos para o Natal (e para sempre) em qualquer FNAC

Amalia Rodrigues Complete Recordings 1945-1952
Andres Segóvia The Fabulous
Anibal Troilo El Inmortal Pichuco (1941)
Antonio Carlos Jobim A Certain Mr. Jobim (1967)
Antonio Carlos Jobim Sinfonia Do Rio De Janeiro (1954)
Antonio Carlos Jobim Wave (1967)
Antonio Carlos Jobim & Luis Bonfa Orfeu Da Conceição (1956)
Astor Piazzolla Se Armo (1946-48)
Astor Piazzolla Y Su Orquestra El Desbande (1947)
B.B. King Live and Well (1969)
Bad Plus, The Bad Plus (2000)
Brad Mehldau When I Fall In Love (1993)
Caetano Veloso Caetano Veloso (1967)
Caetano Veloso Caetano Veloso (1971)
Carlos Gardel Las 60 Mejores Canciones
Cecil Taylor Jazz Advance (1955) + Live At Newport (1957)
Champion Jack Dupree From New Orleans To Chicago (1966)
Chet Atkins Finger Style Guitar (1956)
Compay Segundo El Balcon de Santiago (1956-57)
Compay Segundo Huellas Del Pasado
Cream Disraeli Gears (1967)
Cure Three Imaginary Boys (1977)
Django Reinhardt Keep Cool (Guitar Solos 1950-1953)
Donald Byrd & Pepper Adams feat. Herbie Hancock Out Of This World (1961)
Dr. John Desitively Bonnaroo (1974)
Edu Lobo Sergio Mendes Presents Lobo (1969)
Elis Regina Elis Como E Porquê (69) / In London (1969)
Felt Forever Breathes The Lonely Word (1986)
Felt Me And A Monkey On The Moon (1989)
Felt Pictorial Jackson Review (1988)
Felt Poem Of The River (1987)
Gilberto Gil Expresso 2222 (1972)
Gilberto Gil Gilberto gil (1971)
Gilberto Gil S/T (Cerebro electronico 1969)
Hank Jones Hank Jones Piano Solo (1956)
Henry Mancini Breakfast At Tiffany's (1961)
Ibrahim Ferrer Que Bueno Esta!
Jacques Brel I Am The Shadow Of The Songs (1953-1956)
Jerry Lee Lewis Sings The Country Music Hall Of Fame vols 1 & 2 (1969)
John Lee Hooker It Serves You Right To Suffer (1966)
Leadbelly Last Sessions!
Lightning Hopkins Mojo Hand (1962)
Luiz bonfa e Laurindo Almeida Guitar Music Of Brazil (1951-1956)
Lynyrd skynyrd Poison Whiskey (1970-1974)
Miles davis feat. Thelonious Monk Miles Davis vs. Thelonious Monk (1954)
Milton nascimento Milagre Dos Peixes (1973)
Milton nascimento Minas (1975)
Muddy Waters Folk Singer (1964)
Mutantes Mutantes (1968 dgp remaster)
Nara Leão Vento De Maio / Nara (1967)
Omara Portuondo Magia Negra
Patsy Cline Showcase (1961) / Sentimentally Yours (1962)
Procol Harum Procol Harum (1967) / Shine On Brightly (1968)
Ravi Shankar & Yehudi Menuhin West Meets East Vol 1 (1967)
Rita Lee Build Up (1970)
Rita Lee Hoje É O Primeiro Dia Do Resta Da Sua Vida (1972)
Tamba Trio 1962-1966
T-Bone Walker Good Feelin' (1969)
Terry Callier Turn You To Love (1979)
Vários Tropicalia Ou Panis Et Circensis (1968)
Vários Carnegie Hall Bossa Nova Concert (1962)
Yma Sumac Voice Of The Xtabay & Other Exotic Delights
Young Marble Giants Live At The Hurrah New York (1980)

O Advento no DiscoDigital

Escreve Davide Pinheiro: "Inteligentemente, há uma prenda para oferecer a todos os que acenderam uma velinha. Não é o casaco da Samsung que veste um Cristo Rei com frio e (certamente) pouco dinheiro para ir às compras no Almada Fórum mas um «Advento» que não é mais do que uma reunião familiar da malta toda". O resto aqui.

Já não há bilhetes para a Consoada, mas ainda há discos


E João Lisboa aconselha-os aqui.

quarta-feira, 17 de dezembro de 2008

O Advento no Bodyspace

Miguel Arsénio celebra o Advento já com a voz no mês do Deus Jano. Mas a FlorCaveira é tão unissexo que lhe faltou equivalência para o "vamos às raparigas casadas". As Janeiras estão aqui.

El Cigala no Cotonete


Helder Gomes escreve: "Anunciado por seis teclas em desgarrada, 'Dos Gardenias', talvez o mais reconhecível dos clássicos versados, abre uma atmosfera levemente tradicional, definitivamente tango, mas fundamentalmente jazz. Apenas a voz de Diego, e mais tarde do coro masculino que a ele se junta, lembra que é o flamenco a primeira pátria deste disco". O resto aqui.

Consoada da FlorCaveira na Time Out


A um dia da Consoada, a conversa andou à volta de Jesus, Manuel João Vieira, La Féria, Rio Grande/Cabeças no Ar, Camané, Eusébio, esquerda/direita, Fachada anarca, Cruz Comuna, complexos de alta burguesia, barbas e bigodes, blazers, camisolas de alças e Justin Timberlake. Está tudo aqui. E não liguem às tristes piadinhas da legenda.

O Advento na Time Out


A Time Out continua pelo beicinho nas piadas e a fazer beicinho com a música.

terça-feira, 16 de dezembro de 2008

Consoada da FlorCaveira


Como se não bastasse a família toda em palco, haverá convidado mistério a animar a malta.

FlorCaveira no sapatinho

O Advento no Expresso



João Lisboa conversou com Guillul e partilha aqui.

quinta-feira, 11 de dezembro de 2008

O Advento na Visão



Manuel Halpern testemunha algo que no seu fim está apenas a começar.

A FlorCaveira Apresenta o Advento


Ao preço da uva mijona.

1. Pontos Negros – Inês
2. Samuel Úria – O Fim
3. João Coração – Canção para José e Maria
4. Guel – O Menino Já Não Chora
5. Jorge Cruz - O Fantasma
6. B Fachada – Pior que Tio
7. Manuel Fúria – Da Boca do Inferno
8. Te Voy A Matar – Nuvem Branca
9. Tiago Guillul – Canção-Ómega
10. Todos – A Inundação da Rua Augusta

Smix Smox Smux no MusicBox


Estão .

terça-feira, 9 de dezembro de 2008

High Places no Bodyspace


Tudo bonito. Pedro Rios explora o álbum que ainda se traduz pela sugestão de estilo do itunes, Children's Music. Leiam aqui: «"The tree with the lights in it", maravilhosamente alegre, com múltiplos micro-ritmos justapostos, é falsamente tropical, inventora de praias e outros locais paradisíacos mentais (o disco foi gravado no apartamento do duo em Brooklyn, que é tudo menos o que a música sugere). A pequena "Papaya year" é de uma assinalável paz luminosa, perfeita para anteceder "Namer", com percussão algures entre África e outros mundos. E "From Stardust to Sentience" é uma séria candidata a música encantatória do ano.»

El Cigala no Público

Luís Maio saúda: "Outro triunfo artístico e comercial. Atingi-lo uma vez na vida não é para toda a gente, mas bisar mantendo este nível de excelência é seguramente uma proeza".

Com um abraço ao Antonino (Massala):

sexta-feira, 5 de dezembro de 2008

quarta-feira, 3 de dezembro de 2008

A Thrill Jockey Apresenta o Advento


A FINA - loja online criada pela Thrill Jockey para disponibilizar o essencial de editoras como Mosz, Load, Numero Group, Fat Cat, Arts & Crafts, Ecstatic Peace, Rune Grammofon, Smalltown Supersound, Young God, Touch ou Holy Mountain - celebra as quatro semanas antes do Natal oferecendo um MP3 por dia! Sigam o calendário aqui.

The Sea and Cake no Bodyspace


Miguel Arsénio, seduzido por forma e função, compara: "Car Alarm quase merece ser comparado a uma exibição muito simpática da selecção sueca, quando, mesmo sem apresentar um futebol muito inovador ou de “encher o olho”, vence adversários à partida favoritos. Secretamente, acumula tantas canções repletas de graça que passa a ser uma tremenda injustiça não abrigar os Sea and Cake sob o mesmo tecto de estima que protege os heróicos Yo La Tengo ou os Belle & Sebastian". Podem continuar a lê-o aqui.

terça-feira, 2 de dezembro de 2008

El Cigala no Expresso


Jorge Lima Alves relembra "Lágrimas Negras" e saúda a "respiração instrumental" de "Dos Lágrimas". Relembramos que esta edição é limitada e chega com um livro de 70 páginas.

Ornette Coleman no Expresso


Não terá sido apenas estratégia. E a presunção com a qual, de rajada, anunciou a boa nova (com "The Shape of Jazz to Come", "Change of the Century", "This is Our Music", "Free Jazz", "Ornette!" e "Ornette on Tenor") tanto agitou as águas que ainda hoje levamos com as ondas. Não era caso para tanto. E os amados/odiados seis álbuns para a Atlantic provaram, com o tempo, levantar tantas questões sobre o passado quanto sobre o futuro - são normalmente assim as revoluções. Rui Tentúgal partiu das reedições de "Twins" e "The Art of the Improvisers" - que agrupam material, por motivos de espaço, excluídos dos álbuns - compreendendo que os pontos de interrogação fazem parte do matricial texto de Ornette.

sexta-feira, 28 de novembro de 2008

Bill Carrothers "Home Row"

Poucos terão dado por ele antes de “The Blues and the Greys” (1997) e “After Hours” (1999), e de facto só agora chega a prova de que as referências a uma primeira obra perdida no tempo (“Artful Dodger" de 1987) não iriam para sempre esgotar preâmbulos biográficos ávidos de factos. Tudo porque ainda admirava que um pianista que nos seus anos de formação acompanhou ao vivo gente como Buddy DeFranco, Curtis Fuller, James Moody, Dewey Redman ou James Spaulding tivesse demorado tanto a chegar a estúdio. O gesto não terá sido calculado, mas contribuiu para uma reacção crítica pronta a celebrar nada menos que uma aparição. E a ideia de que ouvi-lo ao piano era como presenciar uma sessão espírita foi-lhe deixando pouca margem de manobra. Carrothers reagiu com humor – e da solenidade de quem dançava por entre fantasmas (não só os da Guerra Civil Norte-Americana, que revisita frequentemente, como em “Civil War Diaries”, de 2005) passou sem passar pela casa de partida à celebração de um sentido prático que por pouco não o reduziu a funções estritamente espirituosas (como em “Keep Your Sunny Side Up”, de 2007). Mas o passar dos anos revela-o mais consistente do que o permitido por uma leitura disco a disco. E eis que, por conselho de Marc Copland a Jason Seizer, o saxofonista que cumpre funções de Director Musical da Pirouet, surge agora esta sessão com inexplicável data de 1992. Dizer que está entre mundos nunca fez mais sentido. Ouçam um pouco de “Lost in the Stars” (original de Kurt Weill) aqui. Gary Peacock e Bill Stewart distinguem-se naturalmente por uma delicada inteligência que, neste contexto, só reforça o complexo e intenso nível de comunicação esperado em trios de jazz. Carrothers – invariavelmente caracterizado por etéreo – deixa a sua languidez para segundo plano (nota-se sempre nas espirais com que vai sensualmente fugindo aos temas) e produz uma refrescante marcação mais presa à letra do que de costume. O nível de energia, estímulo e emoção só por acidente não se tornou canónico. O New York Times diz que não fica melhor do que isto… e é capaz de ter razão.

Não, não é o Conan O'Brien. Visitem a música de Carrothers aqui e digam olá à família aqui.

quarta-feira, 26 de novembro de 2008

Novidades da Pirouet na Time Out

José Carlos Fernandes prossegue a recensão do ainda jovem catálogo da editora sediada em Munique. Sublinha efectivo parentesco entre Sieverts e o Claudia Quintet e avança em espirituoso libelo contra Ruocco. O silêncio umas vezes seduz outras aborrece. E aqui até se podia comparar Ruocco com Chris Speed. Em desacordo, encontramos no atmosférico "Am I Asking Too Much" um eco para o que de mais depurado criaram para o clarinete no jazz instrumentistas como DeFranco, Tony Scott ou Giuffre. Saudosismo nosso, claro. E nessa perspectiva parece-nos o mais encantado trio do género desde que, há uma década atrás, Michael Moore, Fred Hersch e Marc Helias gravaram "Bering".

Já agora: a 4,95 em qualquer Fnac, está também "The Best Is Yet To Come" - um sampler da Pirouet com 11 temas e oferta de catálogo, envolvendo nomes como Tim Hagans, Bill Carrothers, Marc Copland, Lee Konitz, Jason Seizer, Bill Stewart, John Abercrombie, Billy Hart, John Taylor, Jim Black, Gary Peacock ou John Ruocco.

terça-feira, 25 de novembro de 2008

Paul Bley – Solemn Meditation (1957)

(Com Dave Pike no vibraphone, Charlie Haden no contrabaixo e Lennie McBrowne na bateria). E começamos pelo alinhamento porque Pike e Haden estrearam-se em disco precisamente neste álbum. O contrabaixista tinha chegado à costa Oeste depois de itinerante infância musical e de amealhar suficiente dinheiro vendendo sapatos pelas Ozarks – este ano revisitou esses tempos no maravilhoso “Rambling Boy” – e ninguém diria que se viria a tornar num dos mais emblemáticos instrumentistas dos últimos 50 anos. Pike é, de certa forma, o elemento melódico do quarteto – por oposição à improvisação mais harmónica de Bley – e ninguém diria que poucos anos depois estaria a gravar versões diluídas de cocktail jazz para mais tarde renascer num abrir das portas da percepção (confiram o acídico álbum na Vortex) que o conduziram à MPS. Por enquanto, aqui, está entre Lem Winchester e Walt Dickerson, simultaneamente discursivo e sintético. Bley está, também ele, longíssimo das experiências que as décadas de 60 e 70 lhe trariam, numa fidelidade quase bop aos modelos de um Bud Powell concentrado e de um Lennie Tristano distraído. Aliás, nem é preciso ir tão longe: pela mesma altura, no Hillcrest Club, já era outra a cantiga.

Max Roach – Complete +4 Sessions (1958-1959)

No início da década de 40, tocou com Coleman Hawkins ou Benny Carter. Ao ingressar em grupos liderados por Charlie Parker ganhou epíteto de revolucionário. Esteve nas sessões de “Birth of the Cool” e com Mingus fundou a Debut. Um célebre quinteto seu viveu enquanto viveu Clifford Brown. Não baixou os braços e deu a mão a Kenny Dorham e Sonny Rollins. Até que, em 1958, funda os +4. É óbvio que aos 34 anos Max Roach era já um veterano. E seria titular de grandes discos até aos anos 80 (nomeadamente na Candid, Impulse ou Soul Note). Situada em ’58 e ’59, esta caixa reúne 7 LPs: “Max on the Chicago Scene” (EmArcy), “Max Roach + 4 At Newport” (Mercury), “Deeds, Not Words” (Riverside), “Award-Winning Drummer” (Time), “The Many Sides of Max” (Mercury), “Sessions, Live” (Calliope), e “The Defiant Ones” (United Artists), sessão originalmente tutelada por Booker Little. Com ambos, estão George Coleman ao saxofone, Ray Draper (na tuba) e o contrabaixista Art Davis. Convidados especiais: Eddie Baker e Tommy Flanagan ao piano e Julian Priester no trombone. O resultado é impossível de resumir em meia dúzia de linhas. Mas a ideia fundamental será esta: nem todo o mais vigoroso hard bop se tornou redundante e inconsequente ao sucumbir sob o seu peso, nem o abraçar de formas mais abertas levou forçosamente ao free. Numa palavra: estilo.

segunda-feira, 24 de novembro de 2008

High Places no Expresso

João Lisboa potenciou a deixa de Vítor Belanciano e escreveu cinco vezes "Young Marble Giants". Leiam-no quase diariamente aqui.


João Coração no Público


Num assomo quase sensual, identificou-se personagem simultaneamente burguesa e aristocrática, imaginou-se um Chet Baker rouco e falou-se sobre pantufas, vinhos e mulheres. Abençoada domesticidade.

Uma frase: "Nº1 (...) é daqueles raros exemplares que parecem a cada espaço desmanchar-se, em que os instrumentos vagueiam, aéreos e perdidos, até por acaso e sorte se encontrarem num refrão e darem um novo sentido a tudo o que cada canção tinha sido aí."

Coração e as mulheres

sexta-feira, 21 de novembro de 2008

João Coração na Fnac do Chiado


Sábado, 22 de Novembro, pelas 17h00, João Coração canta no Fórum da Fnac Chiado. Com ele vão Eva Parmenter na concertina, Miguel Gelpi no contrabaixo, Ricardo Ribeiro no clarinete e João Pinheiro na bateria.

O Som é a Fúria



Pelas vozes de Tiago Guillul e Manuel Barbosa de Matos, explicam-se FlorCaveira e Amor Fúria. Depois, João Coração fala de vinhos... e Samuel Úria de filmes. E ainda se chega a discutir a música. As famílias encontraram a sua mais perfeita tradução.

quarta-feira, 19 de novembro de 2008

FACHADA ÚRIA GUILLUL

Um trocadilho fácil nas esquinas do BA: os três pastorinhos vão ao Frágil. Não foi aqui que o ouviram primeiro. Vejam.

Fachada
Úria
Guillul

sábado, 15 de novembro de 2008

Bill Carrothers no Jazz e Arredores


Eduardo Chagas relembra que nunca é tarde para um clássico instantâneo. Podem lê-lo aqui

sexta-feira, 14 de novembro de 2008

Diego El Cigala "Dos Lágrimas"


Quatro anos e um milhão de discos vendidos depois, eis que surge Diego El Cigala com a continuação de “Lágrimas Negras”. Por aqui passa o mesmo tipo de repertório (boleros, chachachás, coplas e tangos) em 11 versões de clássicos latino-americanos. Mas é mais suave, romântico e elegante, concentrando-se a fidelidade ao flamenco exclusivamente na sua voz. Outra grande diferença está nos músicos envolvidos. Desta feita, Cigala partiu em busca de Guillermo Rubalcaba (pianista cubano veterano, de 81 anos, Pai de Gonzalo Rubalcaba e líder de charangas em Cuba desde os anos 50) e adicionou o acordeão de Richard Galliano ao grupo. Depois, convidou o vocalista Reinaldo Creagh (da Vieja Trova Santiaguera), o trompetista Manuel Machado, o contrabaixista Yelsy Heredia, o guitarrista Diego del Morao e os percussionistas Changuito, Tata Güines e Sabú Porrina. O resultado é uma fascinante viagem ao passado, mergulhada nas atmosferas de alguma da mais sofisticada música do século XX. “Dos Lágrimas” funciona em duas direcções – de Espanha para Cuba e de novo na volta das ondas do mar – reflectindo a paixão, a cultura e o saber de uma certa ideia de civilização. E, tal como “Lágrimas Negras”, torna-se essencial na colecção de todos os amantes de música do único Mundo que temos.

Ruben Alves na Fnac Vasco da Gama


Sábado, dia 15, pelas 18h00, Ruben Alves (ouçam aqui) estará na nova Fnac do Centro Comercial Vasco da Gama para um recital improvisado. Quem já o viu ao vivo sabe que todos os seus concertos são experiências únicas e irrepetíveis. No palco, ao piano, entrega-se sempre ao improviso, segue a sua intuição, evoca melodias que lhe são próximas mas reage ao instante. Sugere viagens sonoras a quem o escuta. Passa pelo jazz, música clássica, música para filmes ou cantilenas de raíz popular. É nessa ambiguidade que reside o seu estilo. E é também por aí que nele se imprime um carácter de maior universalidade. Algo que nos nossos dias passa por coisa inexplicavelmente complicada.

segunda-feira, 10 de novembro de 2008

Jazz pela voz de Manuel Jorge Veloso

Um revigorado Manuel Jorge Veloso anuncia a suave entrada no Outono. Como nestas andanças convém, a sincopada revista começa num tempo, passa por outro e termina no uníssono. Vão ouvindo o seu Um Toque de Jazz aqui.

Os discos da casa (via Pirouet e Kind of Blue) são:
Bill Stewart - Incandescence
Henning Sieverts - Symmetry
Loren Stillman - Blind Date
Nuttree Quartet - Standards
Walter Lang & Lee Konitz - Ashiya
Bill Carrothers - Home Row
Goerge Cables - You Don't Know Me
Jason Seizer - Time Being
Tim Hagans - Alone Together

High Places no Ípsilon

O título diz tudo (embora preferíssemos ler "Os Pram de Brooklyn") e a capa é a do novo Giant Sand (fraquito, mas com um terceiro tema naquela tangente Cash/Haggard que vale tudo). Ouçam High Places aqui.

Relembramos:
Passos Manuel, 10 de Dezembro
ZDB, 11 de Dezembro

Feelies no Ípsilon

Mário Lopes aproximou-se da síntese possível, relembrando a banda que à primeira antecipou o essencial da discografia de Lou Reed na década de 80. Depois faltou-lhes a disciplina dos Felt, mas todo o resto é igualmente precioso. Poucas bandas conseguiram ser tão consistentemente fora de moda. E regressaram para o provar. Aqui.

quinta-feira, 6 de novembro de 2008

João Coração no JL

Manuel Halpern foi até ao mito da origem. A viagem sabe bem. Esta frase também: "É que esta Sessão de Cezimbra revelou-se mesmo um dos melhores discos portugueses de 2008".

segunda-feira, 3 de novembro de 2008

Fairport Convention no Expresso

João Lisboa relembrou o desígnio maior dos Fairport Convention. Podem lê-lo aqui.

Uma frase:
"E, afinal, em What We Did On Our Holidays e Unhalfbricking, não era impossível adivinhar que aquela banda na qual, aos 23 anos, Ashley Hutchings fazia o papel de ancião (…), tinha digerido por completo a história do rock e da folk e, em versões de Dylan ou Joni Mitchell, em revisões de “tradicionais” ou em assombrosos temas originais (…) estava madura para entrar de imediato nos compêndios".

quinta-feira, 30 de outubro de 2008

João Coração no Cotonete

Gonçalo Palma traçou uma linha entre o Minho e o Nevada para se compreender a música do Coração. Podem lê-lo aqui.

Uma frase:
"Uma selecção de canções de embalo para sestas de tarde de domingo, ao som de sinos e de uma variedade porreira de guitarras, das eléctricas e acústicas convencionais à espanhola e à braguesa, e pingado por coisas tão contrastantes como o trompete ou a harmónica".

High Places e The Sea And Cake no Sound + Vision

Em duas semanas, Nuno Galopim actualizou a agenda Thrill Jockey com textos dedicados a Sea And Cake primeiro e a High Placesdepois.

Frases:
"Ritmos jazzy, melodias suaves e uma exigência de perfeccionismo na composição, na interpretação e na produção são características que voltamos a encontrar nas canções que fazem o alinhamento deste Car Alarm. (...) Pode não acrescentar muito ao que conhecemos já nos Sea and Cake. Propõe, mesmo assim, um novo e sólido corpo de canções. E atinge, em Weekend, uma canção tão próxima do ideal de single pop como nunca".

Sobre High Places: “As texturas e drones, que traduzem técnicas de colagem e um interesse pelas estéticas da repetição, definem espaços onde a voz quase fantasmática de Mary Pearsen age como elemento de ligação à ideia da canção. As composições sugerem, na estrutura dos temas apresentados, uma aparente economia de recursos. Esse eventual ascetismo cede, na arte final, sob a edificação de cenários que não recusam vestir sugestões de exotismo, às vezes colhidas em sugestões de músicas de outras latitudes”.

quarta-feira, 29 de outubro de 2008

Tiago Guillul e João Coração no Expresso

João Lisboa escreveu sobre Guillul e Coração. Podem ler aqui.

Destacamos estas linhas:
“A quarta publicação de Guillul (…) é o género de OVNI estético que sobrepõe sem problemas apostolado tão convicto quanto verrinoso (…) ácido sulfúrico “à la Dylan ” (…), imprecações literalmente incendiárias (…) e infantilidades surrealmente dementes, em gloriosa encenação sonora que faz ricochete do “panque” para o arraial “cool”, da tasca para o altar”.


“João Coração entrega-se a um estilo de canção acústica com iluminuras “bruitistas”, nascida da improvável intersecção de um Chet Baker sonâmbulo com um Fausto perdidamente romântico”.

sexta-feira, 24 de outubro de 2008

Ruben Alves no Bodyspace

Crítica aqui.

João Coração Nº1. Sessão de Cezimbra


"Quando entrei na sala, o Samuel Úria, alto e elegante, segurava a Stratocaster. O Tiago Guillul debruçava o seu tacto subtil sobre as teclas do Rhodes. O Coração sentou-se em frente ao microfone central, pegou na viola e cantou a primeira canção. Era uma das 32 que tinha para nos mostrar. Chamava-se "À Volta Do Rio". Abria assim a sessão de Sesimbra. Por ali passariam o Bernardo Barata dos Feromona, o Lipe dos Pontos Negros, o Guell dos Ninivitas, o Alexandre Mano dos Superego, o José Castro e o Tomás d’Os Quais. Apenas uma coisa se manteria estável. A promessa, em cada canção, de uma nova realidade".
Trecho retirado do texto “A Sessão de Sesimbra”, por Jorge Cruz

"A música do João Coração vai atrás da voz. Quem o acompanha instrumentalmente sabe que, acima de tocar, cabe-lhe ouvir. Nessa medida, falamos de escutar sopros, algo convenientemente bíblico. A música do Coração parece meiga mas impõe-se. Não sei se o pouco que dormimos, o mal que comemos mal (o Coração é vegetariano) e o mar que não experimentámos serão perceptíveis ao ouvinte. Sei que esta voz delicada me arrancou à força o décimo quinto disco da FlorCaveira".
Trecho retirado da apresentação de Tiago Guillul

Este primeiro disco de João Coração é o segundo disco da FlorCaveira a chegar às lojas. Pouco terá de Teologia e ainda menos de Panque-Roque (e só confirma o que alguns já sabiam: que a editora de Tiago Guillul nunca se esgotaria nesses preceitos do seu mentor). Este conjunto de 13 canções nasceu numa série bem maior, de 50. Corresponderá, porventura, ao abraçar de uma nova disciplina por parte de um criador com ligações prévias a outras formas de arte. E sobre as pontes entre umas e outras só o próprio poderá falar.

Ainda assim, este primeiro disco de João Coração quase não existia. Foi gravado há um ano (em universo acústico gerado por Jorge Cruz, Tiago Guillul e Samuel Úria, entre outros) e viveu desde então como um rumor. Nessa medida, como qualquer memória, deixou-se conquistar pelo tempo (e é quase insuportavelmente poético que termine, a cappella, por entre os silvos do vento). Mas as ideias felizes têm tendência a não se deixar vencer e há as que levam bem mais que doze meses até amadurecer tão bem.
Ao contrário da norma, não se discutirão aqui filiações estéticas e soluções formais. Parece-me mais relevante sublinhar o facto de estarmos a lidar com um conjunto de canções (vá lá, de estrutura pouco convencional) que surge instantaneamente seduzido pela voz de quem as canta. O que nem sempre é o caso. (A sua fluidez permanece irresolúvel; a gestão do tempo, as pausas e o ocasional refrão, tudo respira e conversa. Mas só na aparência estas melodias são acidentais). E se fará igualmente sentido relembrar a Canção enquanto organismo vivo, convirá não ignorar que a sua elasticidade não lhes retira temperamento. João Coração é habitado por isto mas disto tudo é cortesão. Por isso, também não valerá a pena escrutinar influências.

Como em tantos primeiros discos, suspendem-se os sonhos de criança e revelam-se os medos do homem – cada canção é um sacrifício. Mas não me parece que Coração receie que o mundo desapareça enquanto fecha os olhos – conhece bem a geografia que o encerra. As canções pintam paisagens, mas não as inventam. E levam o cantor desde terras pestíferas até ao abraçar da luz do sol. Nestes contos morais, esse é um quente conforto que só experimenta o senhor que não é senhor de si próprio. Agora chegou a hora de partir. E nem mesmo o acaso deveria ser deixado à sua sorte.

quarta-feira, 22 de outubro de 2008

terça-feira, 21 de outubro de 2008

quarta-feira, 15 de outubro de 2008

Ruben Alves em concerto (na Antena 2)


Na próxima sexta-feira, às 19h00, Ruben Alves estará no auditório da Fundação Portuguesa das Comunicações, no Concerto Aberto. A entrada é livre e o concerto terá transmissão em directo para a Antena 2. Mais informações, aqui.

High Places


Para ouvir basta aceder ao MySpace. Nada de complicado e, muito menos, nada do outro mundo. E em relação a Brooklyn, Roy Ayers é que tinha razão. Leiam e anotem: 10 de Dezembro no Passos Manuel, 11 de Dezembro na ZDB. O disco está a chegar às lojas.

segunda-feira, 13 de outubro de 2008

Tim Hagans "Alone Together"



(Hagans, trompete; Marc Copland, piano; Drew Gress, contrabaixo; Jochen Ruckert, bateria) Continuação - porventura ainda mais poética e encantada - do trabalho apresentado em "Beautiful Lily", desenvolvida como uma ponte de refinamento estético com apropriado fim na sequência "You Don't Know What Love Is" (Raye-Paul), "Alone Together" (Dietz-Schwartz) e "Stella By Starlight" (Young), e princípio em assombrados originais de Marc Copland. Naturalmente, um não-lugar no jazz de hoje; e uma súbtil evocação do campo mítico em que se ajustam as contas do passado (não "com o passado").

Na crítica de Sábado passado (Expresso), Raul Vaz Bernardo em boa hora relembra Woody Shaw.

sexta-feira, 10 de outubro de 2008

The Sea and Cake "Car Alarm"



A chegar às lojas. Progressivamente mais seduzidos por uma ideia colectiva de Pop, os Sea and Cake chegam subitamente (e ao oitavo álbum! – após «The Sea and Cake», «Nassau», «The Biz», «The Fawn», «Oui», «One Bedroom» e «Everybody») cheios de pressa. E não é para menos. «Car Alarm» (até o título é urgente) é demasiado juvenil para ficar a amadurecer na gaveta. Que seja o “ponto de chegada” de uma banda com 15 anos é apenas uma prova de sabedoria. Porque a sua pop é cada vez mais um facto, mantendo-se sonhadora e culta em raro equilíbrio. Claro que ainda há por aqui juju e kraut, melodismo britânico e cançonetismo fim-de-século quintessencialmente norte-americano – mas soar cada vez mais a si mesmo é um luxo que poucos grupos de colheita indie vintage conseguirão exibir com tanta confiança.

John Corbett (crítico, galerista, editor, etc) apresenta-o neste texto.
Tema-título em MP3 gratuito: ouçam !

Ruben Alves no Expresso

Sábado passado, o Actual publicou um perfil de Ruben Alves: