(Com Dave Pike no vibraphone, Charlie Haden no contrabaixo e Lennie McBrowne na bateria). E começamos pelo alinhamento porque Pike e Haden estrearam-se em disco precisamente neste álbum. O contrabaixista tinha chegado à costa Oeste depois de itinerante infância musical e de amealhar suficiente dinheiro vendendo sapatos pelas Ozarks – este ano revisitou esses tempos no maravilhoso “Rambling Boy” – e ninguém diria que se viria a tornar num dos mais emblemáticos instrumentistas dos últimos 50 anos. Pike é, de certa forma, o elemento melódico do quarteto – por oposição à improvisação mais harmónica de Bley – e ninguém diria que poucos anos depois estaria a gravar versões diluídas de cocktail jazz para mais tarde renascer num abrir das portas da percepção (confiram o acídico álbum na Vortex) que o conduziram à MPS. Por enquanto, aqui, está entre Lem Winchester e Walt Dickerson, simultaneamente discursivo e sintético. Bley está, também ele, longíssimo das experiências que as décadas de 60 e 70 lhe trariam, numa fidelidade quase bop aos modelos de um Bud Powell concentrado e de um Lennie Tristano distraído. Aliás, nem é preciso ir tão longe: pela mesma altura, no Hillcrest Club, já era outra a cantiga.