Algumas frases:
“Foram precisos mais de onze anos para Lula Pena gravar um novo álbum. Não interessa. A sua voz inquietante e a forma delicada como toca a guitarra acústica estão intactas em "Troubadour"”.
“No princípio existia uma ligação umbilical com o fado. Era uma linguagem vivida de forma visceral. Hoje Lula Pena diz que se sente perto do fado, mas também mais livre. E há elementos de muitas outras linguagens (tango, "chanson", flamenco ou bossa nova) diluídas num cosmos particular, ondulando na superfície da sua guitarra. A maior parte das canções ignora fronteiras, caminham descalças pelo Mediterrâneo, atravessam com leveza o Oceano para o Atlântico Sul, numa mistura de emoções, memórias e tradições”.
“Ouve-se o seu novo registo e é inevitável pensar-se no silêncio. Na música, como em tudo o resto, há quem o aceite. E quem o receie. Nela, a quietude é estruturante, é aquilo que atribui inteligibilidade ao resto. Quando as palavras saem, parecem ressoar. Não são gritos, mas é como se fossem, assombradas pela quietude. Ao contrário do que parece ser a tentação de tanta gente no fado, e linguagens adjacentes, encher o espaço não é opção. É a depuração que lhe interessa. A suspensão. O que acontece entre as notas”.