"É bonito, não o bonito que o cinismo contemporâneo se habitou a desvalorizar, bonito mesmo. "Guitarra 66", primeiro álbum a solo de Tó Trips, nos últimos anos conectado com os Dead Combo, é isso: simples, despojado, parecendo saído do nada. Há discos assim, como se a sua função fosse estar a um canto, murmurando, mas prontos a conduzir-nos à intimidade, partilhando um lamento, um momento de felicidade, um soslaio de nostalgia, uma viagem, Espanha, Marrocos, EUA, desertos, mares, céus, chuva, Portugal, sempre Portugal. Mas um Portugal que não tem necessidade de se exibir para o ser. É-o simplesmente.
São temas instrumentais para guitarra clássica, mareando intuitiva e serpenteante, que a cada nova audição se transformam num momento de descoberta da realidade. De Tó Trips. Da nossa. Das pessoas de todo o mundo, porque as suas emoções são iguais em todas as latitudes. É também o disco que aproxima mais o músico do silêncio e da tradução da existência através de uma forma poética. No seu caso não são precisos grandes artifícios. Basta uma guitarra, algumas ideias, uma respiração introspectiva, deixar fluir o tempo, um imaginário para partilhar, contemplar o mundo, o exterior e o interior, sem a ânsia de descobrir um propósito final nesse seu gesto errante."
São temas instrumentais para guitarra clássica, mareando intuitiva e serpenteante, que a cada nova audição se transformam num momento de descoberta da realidade. De Tó Trips. Da nossa. Das pessoas de todo o mundo, porque as suas emoções são iguais em todas as latitudes. É também o disco que aproxima mais o músico do silêncio e da tradução da existência através de uma forma poética. No seu caso não são precisos grandes artifícios. Basta uma guitarra, algumas ideias, uma respiração introspectiva, deixar fluir o tempo, um imaginário para partilhar, contemplar o mundo, o exterior e o interior, sem a ânsia de descobrir um propósito final nesse seu gesto errante."