Rita Lee “Hoje é o primeiro dia do resto da sua vida (’72)”
Edição:Rev-Ola
Caetano, Gilberto Gil, Gal Costa e até Tom Zé, são hoje consagradamente alinhados com o Tropicalismo. Mas porventura os mais exemplares dos seus protagonistas – e os que gozam ainda de maior culto além fronteiras – são os Mutantes. Liderados por Arnaldo Baptista e Sérgio Dias, e com Rita Lee ao microfone, conseguiram nos seus primeiros álbuns sintetizar na perfeição um ideário que passava pelo rock’n’roll, pelo kitsch (boleros, estilos regionais, etc), e por uma postura muito Maio de 68 que se traduzia numa posição de irreverência pronta a chocar as alas mais conservadoras da sociedade. Controversos, libertários e musicalmente ainda um absurdo quebra-cabeças que faz o delírio dos consumidores de música alternativa de todo o mundo (orquestrações de vanguarda para baladas, ensaios bluesy misturados com música concreta, samples televisivos combinados com histórias de faca e alguidar, etc) tiveram actividade irregular desde 1972. Precisamente o ano em que Rita Lee decidiu gravar um segundo álbum a solo (após “Build Up”, de 1970). Menos convencional que o primeiro ensaio, “Hoje é o primeiro dia do resto da sua vida” é um regresso à adorável demência da banda, completamente original, num ponto sub-equatorial entre Frank Zappa e Soft Machine, e simultaneamente pop e psicadélico. E é a partir daqui que Rita Lee se tornaria imparável, durante mais de 30 anos.
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Caetano, Gilberto Gil, Gal Costa e até Tom Zé, são hoje consagradamente alinhados com o Tropicalismo. Mas porventura os mais exemplares dos seus protagonistas – e os que gozam ainda de maior culto além fronteiras – são os Mutantes. Liderados por Arnaldo Baptista e Sérgio Dias, e com Rita Lee ao microfone, conseguiram nos seus primeiros álbuns sintetizar na perfeição um ideário que passava pelo rock’n’roll, pelo kitsch (boleros, estilos regionais, etc), e por uma postura muito Maio de 68 que se traduzia numa posição de irreverência pronta a chocar as alas mais conservadoras da sociedade. Controversos, libertários e musicalmente ainda um absurdo quebra-cabeças que faz o delírio dos consumidores de música alternativa de todo o mundo (orquestrações de vanguarda para baladas, ensaios bluesy misturados com música concreta, samples televisivos combinados com histórias de faca e alguidar, etc) tiveram actividade irregular desde 1972. Precisamente o ano em que Rita Lee decidiu gravar um segundo álbum a solo (após “Build Up”, de 1970). Menos convencional que o primeiro ensaio, “Hoje é o primeiro dia do resto da sua vida” é um regresso à adorável demência da banda, completamente original, num ponto sub-equatorial entre Frank Zappa e Soft Machine, e simultaneamente pop e psicadélico. E é a partir daqui que Rita Lee se tornaria imparável, durante mais de 30 anos.