sábado, 2 de agosto de 2008

Bossa Nova 50 Anos - Tropicalismo 40 Anos


Nara Leão “Nara (’67) / Vento de Maio (’67)”
Edição:él

Em 1967 Nara Leão sentia necessidade de reavaliar a sua posição na música brasileira. Cansada do rótulo de “musa da bossa nova” – por no apartamento de seus pais, em Copacabana, se reunirem desde início dos anos 60, em muitas tardes, músicos e compositores como Roberto Menescal, Ronaldo Bôscoli, João Gilberto, Eumir Deodato ou Carlos Lyra - havia decidido estrear-se em disco (Nara ’64) gravando sambas de compositores do “morro”, como Zé Kéti, Nelson Cavaquinho ou Cartola. No fundo, era consequente no seu interesse pela música popular. Mais chocante tinha sido a sua participação na peça de contestação ao regime militar, “Opinião”, que resultou em mais um disco, “Opinião – o canto livre de Nara” (de ‘65) com Zé Kéti e João do Vale. Nesse espírito tinha acabado de gravar mais dois LPs, “Nara pede passagem” e “Manhã de liberdade” (em que se destacavam temas de Chico Buarque, entre os quais a estreia da imortal “A banda”). Mas era em 1967 que procurava enfim conciliar todos os seus interesses – antes da participação no disco manifesto “Tropicália ou Panis et Circenses” um ano mais tarde e, por fim, de se realinhar com a bossa nova, género dominante nos seus álbuns até à sua morte em 1989 – gravando dois LPs: “Vento de Maio” e “Nara”, produzidos por Dori Caymmi, Óscar-Castro Neves e Aloysio de Oliveira - com participação de Gilberto Gil em “Noite dos mascarados” e de Edu Lobo em “De onde vens” - agora nesta edição integralmente representados, pela primeira vez em CD!