Astrud Gilberto & Walter Wanderley “A Certain Smile, A Certain Sadness”
Edição: Rev-Ola
Milhões e milhões de pessoas pelo mundo fora cantarolaram já “A garota de Ipanema” acompanhando Astrud na sua gravação do tema para “Getz/Gilberto”, o histórico álbum de jazz-bossa lançado pela Verve em 1964. A febre em torno da bossa nova estava no pico, e era natural que, em 1966, Creed Taylor, da editora norte-americana, quisesse num disco juntar os seus dois bens mais preciosos: a voz de Astrud e o trio do organista Walter Wanderley, então com a sua versão de “Samba de Verão”, de Marcos Valle e seu irmão Paulo, a rodar quatro vezes por hora nas rádios. Wanderley – a gravar desde o final dos anos 50 – estava para o samba como Jimmy Smith estava para o jazz, e enquanto instrumentista foi indispensável para momentos importantes do jazz e bossa nova (estreando nos seus populares discos temas de João Gilberto, João Donato ou Jobim). Agora, tal como a nata da música brasileira, estava nos EUA (foi Tony Bennett que, após ter assistido a um concerto seu no Brasil, convenceu a Verve a pagar-lhe imediatamente um bilhete de avião para Los Angeles). “A certain smile, a certain sadness” tem outro factor a ter em conta: o trio de Wanderley – com Claudio Slon na bateria e Jose Marino no baixo – é aumentado de forma a incluir a vigilante guitarra de João Gilberto, então casado com a vocalista. Típico da produção de Astrud durante os anos 60, tem provavelmente o seu ponto mais alto na versão de “Summer Samba”, e, na sua simplicidade, assenta que nem uma luva depois de “Look for the rainbow”, o fabuloso álbum de ’65 com arranjos de Gil Evans.
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Milhões e milhões de pessoas pelo mundo fora cantarolaram já “A garota de Ipanema” acompanhando Astrud na sua gravação do tema para “Getz/Gilberto”, o histórico álbum de jazz-bossa lançado pela Verve em 1964. A febre em torno da bossa nova estava no pico, e era natural que, em 1966, Creed Taylor, da editora norte-americana, quisesse num disco juntar os seus dois bens mais preciosos: a voz de Astrud e o trio do organista Walter Wanderley, então com a sua versão de “Samba de Verão”, de Marcos Valle e seu irmão Paulo, a rodar quatro vezes por hora nas rádios. Wanderley – a gravar desde o final dos anos 50 – estava para o samba como Jimmy Smith estava para o jazz, e enquanto instrumentista foi indispensável para momentos importantes do jazz e bossa nova (estreando nos seus populares discos temas de João Gilberto, João Donato ou Jobim). Agora, tal como a nata da música brasileira, estava nos EUA (foi Tony Bennett que, após ter assistido a um concerto seu no Brasil, convenceu a Verve a pagar-lhe imediatamente um bilhete de avião para Los Angeles). “A certain smile, a certain sadness” tem outro factor a ter em conta: o trio de Wanderley – com Claudio Slon na bateria e Jose Marino no baixo – é aumentado de forma a incluir a vigilante guitarra de João Gilberto, então casado com a vocalista. Típico da produção de Astrud durante os anos 60, tem provavelmente o seu ponto mais alto na versão de “Summer Samba”, e, na sua simplicidade, assenta que nem uma luva depois de “Look for the rainbow”, o fabuloso álbum de ’65 com arranjos de Gil Evans.